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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dinossauro com penas teve suas cores desvendadas

Sinosauropteryx retratado com as cores detectadas na pesquisa
© Chuang Zhao e Lida Xing
Cientistas confirmaram pela primeira vez a cor de um dinossauro. Segundo uma pesquisa, os cientistas encontraram provas concretas, pela primeira vez, de pigmentação em fósseis de dinossauros, sendo que o animal é um terópode com penas encontrado na China, chamado Sinosauropteryx. Para saber mais sobre esta importante descoberta, clique para expandir a postagem.

Na verdade os pigmentos foram achados em penas da cauda do animal, permitindo recriar o padrão de cor desta parte do corpo, que segundo as análises eram anéis marrom - alaranjados, como foi publicado na revista Nature hoje. Esse fóssil de 125 milhões de anos tem os mesmos agentes celulares internos que existem no cabelo de pessoas ruivas, disse Mike Benton, o professor de paleontologia na Universidade de Bristol que escreveu o artigo.
Aproveitando as evidências, alguns pesquisadores ainda dizem que esta é mais uma prova conclusiva de que os dinossauros tiveram penas, sendo parentes das aves de alguma forma. Benton e seus colegas não viram as cores das penas com os próprios olhos, o que é impossível. Foi usando um microscópio de eletrons que eles analisaram as estruturas das células pigmentares e encontraram os indícios destas cores.
Um estudo feito antes por outro grupo de pesquisadores, e o estudo da equipe de Benton indicam a mesma coisa, a presença de traços de células das cores em penas de pássaros pré-históricos.

Desenhos de dinossauros mostram eles em todo tipo de tonalidade, com a maior parte deles tendo cores sombrias, escuras, variando do marrom ao verde, sempre em tons mais foscos e escuros, embora alguns artistas e paleontologistas especulem sobre a coloração dos mesmos, às vezes descrevendo-os como animais de cores vivas, principalmente quando se descobriu sua ligação com os pássaros. No entanto até agora não havia provas de qualquer cor. Antes da técnica de Benton, que deverá ser aplicada à outros fósseis, os paleontólogos olhavam para a anatomia do esqueleto e de acordo com a aparência adivinhavam, supunham cores, de acordo com Paul Sereno da Universidade de Chicago.
A cor e as penas eram provavelmente usadas para exibição, como o Pavão atual faz, ele teorizou. Sereno que não faz parte da equipe de Benton disse que esse artigo será um marco da paleontologia, que nos dá uma pequena ideia de como estes animais devem ter sido quando vivos. É realmente legal podermos determinar este aspecto disse Thomas Holtz Jr. da Universidade de Maryland, que também não faz parte da equipe que descobriu as cores no dino.
Isso ajuda a trazer uma visão mais completa da criatura em vida, vai além de um monte de ossos. Esse dinossauro era um pequeno cara bem fofinho disse Holtz.

Um Sinosauropteryx adulto chegava a medir cerca de 90 centímetros de comprimento, ou seja, um corpo pequeno do qual a maior parte do comprimento era a cauda e ainda tinha um pescoço longo, por isso Holtz afirma que não tinha "muito dinossauro" ali, se referindo à pouca porção do animal composta pelo corpo propriamente dito.
Este animal deve ter comido pequenos mamíferos que deviam existir naquele período. Enquanto alguns dinossauros são relacionados às aves na cadeia evolutiva, Sinosauropteryx não é. Ele é o mais primitivo dentre os dinossauros com penas, de acordo com Benton. E aquelas penas, formadas ainda no início do desenvolvimento evolucionário deste tipo de cobertura corporal, eram como cerdas bem curtas, quase parecendo pelos. Estas protopenas eram coloridas com melanossomas, iguais a qualquer outro tipo de pena. Essas melanossomas são moléculas que contém pigmentos produtores de cor. Com o pigmento já desaparecido dos fósseis há muito tempo, o único jeito de descobrir qual cor era produzido pelas melanossomas é ver a forma de tais moléculas.
Algumas moléculas observadas no fóssil do Sinosauropteryx tem forma esférica, que produzem a cor vermelha e outras tem forma de salsicha, que produzem cores branco acinzentadas. Benton e outros pesquisadores dizem que as evidências sugerem que são penas e não cartilagem ou qualquer outro tecido. Benton lembra que isso nega as teorias de pesquisadores que não concordam com a ideia de que os dinossauros tiveram penas. Alguns justificam as marcas nos fósseis dizendo que são causadas por bactérias ou cartilagens e outros tecidos, mas agora essas hipóteses caem por terra.
Um destes pesquisadores céticos em relação às penas é John Feduccia, da Universidade da Carolina do Norte, que se diz não estar convencido nem com este novo estudo. Ele disse que as melanossomas não são similares às de outros animais e não derrubam a teoria das bactérias.
Feduccia diz que muitas pessoas querem dinossauros com penas, então as evidências são analisadas de modo a forçar que indiquem tais características. De acordo com ele há uma forte tendência em estudar os dinossauros com base em pássaros. No entanto, Paul Sereno disse que a pesquisa de Benton prova sim que as marcas são de penas e não de bactérias porque estão dispostas de forma organizada e não aleatória.
A ideia de penas nos dinossauros e a ligação com as aves é algo já concreto, não há o que discutir, disse Sereno.
Além do Sinosauropteryx foi analisado o fóssil de uma ave pré-histórica e o resultado foi que tinha uma coloração branca com manchas escuras e poucas partes em laranja ou vermelho.

Fontes

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