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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sinornithosaurus millenii: o primeiro dinossauro venenoso?

Crânio do Sinornithosaurus: observe a parte oca acima dos dentes com sulcos
© National Academy of Sciences
Para a felicidade dos amantes de Jurassic Park com seu Dilophosaurus venenoso, cientistas finalmente descobriram traços que podem indicar a capacidade de injetar veneno nas presas. O animal é o pequeno terópode chinês Sinornithosaurus millenii. Para saber mais sobre a descoberta, acessem o texto completo expandindo a postagem e saiba quais as características que sugeriram aos pesquisadores que o dinossauro usava este tipo de vantagem contra presas e predadores.

Análises em seu crânio e na forma de seus dentes mostram que o animal tinha alguns dentes sulcados (tinham uma canaleta na sua lateral) igual ao que nota-se nas serpentes venosas atualmente e seu crânio tinha logo acima dos dentes sulcados, uma cavidade que pode ter servido para abrigar veneno.
Foi na última edição do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences que os cientistas publicaram a descoberta, com dados bem mais detalhados evidenciando tal teoria sobre o Sinornithosaurus, cujo nome significa "Lagarto Pássaro Chinês" e que viveu durante o período Cretáceo Superior, há aproximadamente 99,6 a 65,5 milhões de anos.
Os pesquisadores acreditam que outros dromaeossaurídeos, parentes do Deinonychus e Velociraptor, assim como outros dinos parecidos com aves, como o Sinornithosaurus, podem ter sido venenosos também.
Uma característica do Sinornitossauro que nos dá uma dica da sua possível capacidade de injetar veneno é que os dentes da frente são tão longos e parecidos com presas que parece que o animal é um "dino dentes de sabre", dizem os cientistas.

Observe os dentes longos do Sinornithosaurus
© Ville-Veikko Sinkkonen

O geologista da Northeastern University de Liaoning na China e sua equipe examinaram crânios de dinossauros armazenados no Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da China assim como os fósseis do Museu de História Natural de Dalian e no Museu de História Natural de Tianyu.
Observações com microscópio revelaram algo nada visto antes: o osso da parte de cima da mandíbula tem um espaço que pode ter abrigado a bolsa de veneno do animal, que unidos às características de dente oco igual à das cobras venenosas atuais, sugerem o modo de funcionamento do sistema injetor da peçonha.
Segundo os paleontólogos, o animal deve ter mordido a presa e a pressão dos músculos sobre a bolsa de toxina o faria ser espremido, o que provocaria a saída do veneno pela única válvula de escape disponível, que dá para o canal do dente. Como o dente estaria dentro da pele da presa, o líquido tóxico escorria pelo sulco e era automaticamente era injetado. A equipe suspeita que ele alimentava-se de pássaros ou pequenos animais, que ao serem mordidos entravam em choque, não morriam, mas ficavam em uma espécie de paralisia, para que assim o dinossauro usasse seus dentes traseiros mais curtos, grossos e afiados, adaptados para cortar, para destroçar a vítima.

ATUALIZAÇÃO: Novos estudos realizados no mesmo dinossauro nos últimos anos causam polêmica sobre a hipótese do estudo original. Uma equipe de pesquisadores liderada por Federico Gianechini, em 2010 resolveu conferir se realmente o bicho era venenoso. Estudaram o fóssil e afirmaram que não há provas conclusivas dele ter sido venenoso. Sobre os dentes serem sulcados, eles explicam que a maioria dos raptores apresenta esse traço, ou seja, se fosse só este traço a base da hipótese, então todo dinossauro raptor deveria ser venenoso. Eles acreditam que é apenas uma coincidência e que o sulco nos dentes não representa um canal para escorrer veneno. 
Além disso, falam que os dentes não eram tão longos para o tamanho do dinossaurinho, não estavam preservados na posição original e por isso parecem ainda mais longos que realmente eram. Os dentes teriam saído dos alvéolos (buraco no osso onde o dente fica encaixado) e a raiz estava aparecendo, dando a ilusão de serem mais compridos, como presas de inoculação. 
Por último, as cavidades que supostamente armazenavam as bolsas de veneno não puderam ser identificadas no crânio do dino na análise desses pesquisadores, o que levou-os a criticar e duvidar da teoria que o animal fosse peçonhento.
Embora a equipe do estudo original ainda sustentem sua posição, afirmando que mantém a opinião firme e que as evidências sugerem que o bicho fosse venenoso, a maioria da comunidade científica atualmente leva essa hipótese com uma pulga atrás da orelha, com muitas dúvidas sobre sua veracidade.
Eu sempre digo, que, em geral, é bom sempre duvidar de possíveis afirmações extraordinárias, pois elas requerem provas extraordinárias para lhes apoiar.

Fonte

1 comentários :

Henrique disse...

Que diferente essa "habilidade", achei mais parecida com o "compy assassino" do livro Jurassic Park, o texto esta bem interessante, parabens pelo blog vissiante, como idsse o Victor...