Às vezes o conteúdo que você procura não está na primeira página. Seja um paleontólogo no Ikessauro e procure aqui o conteúdo que deseja!



segunda-feira, 1 de junho de 2009

Stegoceras

Stegoceras como seria em vida
©
Edyta FelcynEsqueleto reconstruído do Stegoceras
© Frederik Spindler
Nome científico: Stegoceras validum, S. edmontoense (?).
Significado do Nome: Teto com Chifres.
Tamanho: cerca de 2.4 metros de comprimento e 1,5 metro de altura aproximadamente.
Peso: de 45 a 55 quilos.
Alimentação: Herbívora.
Período: Cretáceo Superior.
Local: América do Norte, Alberta - Canadá e Montana - Estados Unidos.

Veja onde viveu o Stegoceras
© Mapa modificado por Patrick Król Padilha
Veja quando viveu o Stegoceras
© Patrick Król Padilha

Este dinossauro, o primeiro paquicefalossauro descrito, é conhecido a partir de um esqueleto parcial bem preservado e cerca de uma dúzia de crânios parciais, encontrados em Alberta - Canadá e no estado de Montana - Estados Unidos. Seus fósseis foram encontrados nas formações do Grupo Judith River, como a Formação Judith River e Formação Fruitland em Montana, que datam do Cretáceo Superior, há cerca de 76 a 74 milhões de anos atrás. Há relatos de fósseis encontrados na Formação de San Juan Basin, no Novo México - Estados Unidos.
Foi nomeado por Lawrence Lambe, em 1918 e serviu como base para reconstrução de outros paquicefalossaurídeos devido à boa preservação do seu esqueleto, já que a maioria dos demais animais deste grupo tiveram apenas o crânio encontrado. O crânio estava incompleto, então Lambe imaginou que a parte grossa no topo fosse a base de um chifre quebrado e por isto descreveu o animal como um dinossauro de chifre, do grupo dos Ceratopsianos. Posteriormente, a partir de dentes, imaginou-se que fosse um estegossaurídeo. A confusão não parou por aí, pois durante algum tempo, principalmente entre 1920 e 1945, este herbívoro foi confundido com o pequeno terópode Troodon, e o melhor fóssil da espécie foi descrito por Charles Gilmore como Troodon, porque os dentes de ambas as espécies são extremamente semelhantes. Só depois de descobertas de novos espécimes é que se percebeu a diferença entre este dinossauro de cabeça grossa e os outros animais, desfazendo a confusão.
Hoje o Stegoceras está com a seguinte classificação, a partir da Ordem: Ornithischia > Cerapoda > Pachycephalosauria > Pachycephalosauridae > Stegoceras validum.

Existem outras espécies de Stegoceras, porém não estou certo da validade de cada uma, se são todos sinônimos ou espécimes juvenis de S. validum, que é a espécie Tipo, portanto abaixo listo os outros nomes disponíveis no site DinoData.
  • Stegoceras breve = provavelmente um espécime juvenil de S. validum;
  • Stegoceras edmontonense > conhecido também como Troodon edmontoense = espécime composto apenas por fragmentos de três crânios, é um paquicefalossaurídeo válido como Stegoceras;
  • Stegoceras browni > renomeado para Ornatotholus browni = sinônimo juvenil de S. validum;
O nome Stegoceras, que provém do Grego, Stego = Teto + Ceras = Chifres, significa "Teto com Chifres", nome escolhido para este dinossauro devido ao formato de seu crânio, que tinha cerca de 7 centímetros de grossura no topo, o que fez com que o pesquisador responsável imaginasse que era a base de um chifre quebrado, colocando este nome.
O Stegoceras não tem chifres, mas alguns pequenos calombos
© CM Studios

Crânio fossilizado de Stegoceras
© Wikimedia commons
Inicialmente se imaginava que os indivíduos machos da espécie Stegoceras, bem como de outras espécies de paquicefalossaurídeos, usavam o crânio grosso para lutar dando marradas, porém mais tarde foi sugerido que eles somente batessem os crânios contra o flanco do adversário, o que foi bem aceito devido à várias provas para tal comportamento.
Em primeiro lugar, a forma arredondada do topo do crânio poderia fazer com que a superfície de contato no baque fosse diminuída, o que poderia causar um acidente, pois ao bater os crânios, poderiam errar o ponto exato do baque ou os crânios podiam "escorregar" e atingir outras partes, como olhos, ombros, pescoço, machucando o concorrente, o que não seria intencional, já que as lutas seriam apenas para medir força e decidir o macho dominante.
Observe o crânio bem arredondado
© Felipe Alves Elias
Segundo, paquicefalossaurídeos não podiam alinhar cabeça, pescoço e corpo em uma linha horizontal perfeita, porque para isto seria necessário o uso de muita tensão muscular.
É mais provável que os paquicefalossaurídeos curvassem o pescoço em forma de "S" ou de "U", no entanto, o Stegoceras deve ter mantido uma curva mais suave, devido aos grossos e volumosos músculos do seu pescoço.
Uma das características usadas para reafirmar esta teoria, é a "grossura" ou melhor, largura do corpo dos paquicefalossaurídeos, que parecem ter sido largos e com musculatura rígida para proteger os órgãos internos durante as pancadas no flanco.
Stegoceras batendo no flanco do adversário
©
Matt Celeskey
Sabe-se que os crânios grossos e altos pertenciam aos machos adultos, enquanto fêmeas tinham crânios mais finos e baixos e os filhotes já possuíam crânio grosso, porém achatado e menor que o dos adultos. Tudo isto foi determinado após análise de vários crânios deste dinossauro, de indivíduos de diversas idades.
Quando encontraram o primeiro esqueleto parcial do Stegoceras, imaginaram que ele tinha gastrália, que são uma espécie de costelas na região abdominal, porém, algum tempo depois verificou-se que eram na verdade tendões ossificados, provavelmente usados para manter a cauda rija e dar maior estabilidade na locomoção.

Este animal era herbívoro, então devia alimentar-se de cicadáceas ou ginkgos, além de flores que floresciam pela primeira vez no Cretáceo.
Mas comida não deve ter sido a principal preocupação deste dinossauro, mas sim a segurança, afinal, a América do Norte no Cretáceo abrigava os grandes Terópodes tiranossaurídeos, como o Tyrannosaurus rex e o Albertosaurus, além de maniraptores.
Na mídia em geral o Stegoceras é pouco conhecido, dificilmente o vemos, filmes de dinossauros, os mais conhecidos pelo menos, nunca retrataram este dinossauro. Livros, só os específicos sobre dinossauros, coleções de revistas se encaixam no mesmo caso. Somente na coleção Dinossauros: Descubra os Gigantes do Mundo Pré-histórico, lançada pela Editora Globo em 1993 é que o Stegoceras serviu de tema para uma matéria da edição nº10, que pode ser baixada na íntegra, basta clicar aqui.
Só nos resta aguardar que em breve algum documentário ou filme retrate este animal, pois adoraríamos ver este cabeça grossa em ação.

Fontes

0 comentários :