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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Coritossauro

Corythosaurus
© Michael Skrepnick
Esqueleto de Corythosaurus
© Paul 1989

Nome científico: Corythosaurus casuarius.
Significado do Nome: Lagarto Capacete ou Réptil Capacete Coríntio.
Tamanho: cerca de 10 metros de comprimento e 5 metros de altura na postura quadrúpede.
Peso: 4 Toneladas aproximadamente.
Alimentação: Herbívora.
Período: Cretáceo Superior.
Local: Canadá e Estados Unidos- América do Norte.

Veja onde viveu o Corythosaurus
©
Mapa modificado por Patrick Król Padilha
Veja quando viveu o Corythosaurus
© Patrick Król Padilha

O primeiro espécime de Corythosaurus foi descoberto em 1912 por Barnum Brown, na Formação "Red Deer River" em Alberta - Canadá. Por sorte era um esqueleto quase completo, o achado era extraordinário porque continha até pele fossilizada bem preservada. Durante o decorrer do tempo, foram encontrados novos fósseis, como na Formação "Judith River" e em Montana - Estados Unidos. Em 1916, um navio canadense estava levando dois espécimes que estavam no que é hoje o Parque Provincial do Dinossauro, para a Inglaterra. Infelizmente o navio foi interceptado e afundado por um outro navio alemão, fazendo com que a carga de 75 milhões de anos fosse parar no fundo do oceano Atlântico Norte, onde os restos estão perdidos até hoje, pois estariam localizados a cerca de 4000 metros de profundidade.
Inicialmente cerca de sete espécies de Corythosaurus foram descritas, das quais todas foram renomeadas para C. casuarius porque em 1975, Peter Dodson estudou as diferenças entre crânios e cristas de diversas espécies de Coritossauros e chegou a conclusão que estas diferenças representam diferentes etapas da vida, ou seja, cada uma pertence a um animal de idade diferente, uns mais novos, outros mais velhos, além de indicar que pode ter existido dimorfismo sexual por meio das cristas.
Confira abaixo as espécies de Coritossauros que existiram e que atualmente são atribuídas a uma única espécie:
  • C. bicristatus > renomeado para C. casuarius;
  • C. brevicristatus > renomeado para C. casuarius;
  • C. excavatus > renomeado para C. casuarius;
  • C. frontalis > renomeado para C. casuarius;
  • C. intermedius > renomeado para C. casuarius;
  • Tetragonosaurus cranibrevis > renomeado para C. casuarius;
  • Tetragonosaurus erectofrons > renomeado para C. casuarius;
O Corythosaurus é um dos dinossauros bico de pato mais bem conhecidos da América do Norte, muitos fósseis foram achados, permitindo uma boa classificação taxonômica. Classificado como um dinossauro ornitisquiano, pois tem quadril semelhante ao das aves, ele é um ornitópode da família Hadrosauridae, na qual é inserido na subfamília Lambeosaurinae.
O Coritossauro é um dinossauro tipicamente herbívoro, deve ter pesado em torno de 4 toneladas e media cerca de 10 metros de comprimento da cabeça à cauda. Sua cabeça é característica, com uma crista em forma de capacete, de onde provém o nome Corythosaurus, com base no grego antigo, unindo as palavras korythos = capacete e sauros = lagarto. Há uma outra versão da tradução do nome, que seria "Réptil Capacete de Coríntio", em referência aos elmos que os guerreiros ou soldados da cidade grega Corinto (Corinth) usavam para se proteger em batalha. O segundo nome, casuarius, provém da ave atual chamada Casuar, porque a crista que a ave tem se assemelha ao do dinossauro.
Como os outros hadrossaurídeos, o Coritossauro tinha a boca terminada em um bico ósseo firme, que talvez servia para arrancar plantas mais duras. Sua boca tinha baterias de dentes, centenas deles que ficavam bem juntos na boca e que estavam sempre se renovando.
Serviam para triturar e mastigar plantas de uma forma que os outros dinossauros não conseguiam, então como dito, necessitavam sempre renovar, trocar os dentes gastos por novos.
Já foram encontrados mais de 20 crânios deste dinossauro, que serviram de material para estudar as cristas, que como em outros lambeossaurídeos tinha algumas passagens nasais, provavelmente para emitir sons mais altos, que eram amplificados nestas passagens, que continuavam crista adentro, seguindo pelas bordas, separadas umas das outras, mas que no final se encontram em uma câmara maior e retornam para as vias nasais por outra cavidade.
Crânios de jovens Corythosaurus
© Witmer & Ridgely, Ohio University
Os pesquisadores acreditam que os sons deveriam ter um tom baixo, mas em volume bem alto, parecido talvez com instrumentos de sopro. Os sons teriam a função de comunicação, para alertar os demais integrantes de um bando sobre a presença de um predador ou sobre comida em determinado local.
Quando os primeiros fósseis foram estudados, os cientistas notaram que os pés tinham uma espécie de membrana no meio dos dedos, lembrando a que tem entre os dedos dos patos atuais. Por isto, começaram a imaginar que o Coritossauro era um animal que vivia sempre próximo ou dentro da água, usando as mãos membranosas para nadar melhor. Posteriormente se descobriu que tais membranas eram na verdade a parte "estofada" dos dedos. Para entender melhor, observe uma pata de um cão ou gato, ele tem certas estruturas na parte de baixo que parecem almofadas e servem para amortecer impactos, assim como deve ter ocorrido com os dinossauros. No caso deste espécime de Coritossauro, as "almofadas" foram esmagadas durante o processo de fossilização e tomaram a aparência de membranas, o que hoje sabemos que o animal não tinha.
Talvez este animal vivesse vagando de lugar em lugar, pelas planícies e florestas de coníferas do Cretáceo, procurando lugares com mais comida.
Deve ter sido predado por grandes terópodes como o Tyrannosaurus rex, além de dromaeossaurídeos, que em bando seriam capazes de liquidar um Corythosaurus grande. É possível que o animal tivesse uma pele manchada ou com cores marrom esverdeadas para camuflagem, que evitaria que um predador o visse facilmente.
O Corythosaurus pode ter tido estas cores para se camuflar
© Anne Musser
Em caso de serem supreendidos, a única alternativa seria fugir, talvez para dentro da água, mas mesmo assim com cuidado, pois naquela época os rios eram dominados pelo Deinosuchus, um enorme crocodilo que predava dinossauros.
A teoria mais aceita para a existência de crânios com cristas de tamanhos variados é a que afirma serem característica da maturidade. Talvez só os machos adultos tivessem a crista bem grande, enquanto os filhotes e jovens, assim como as fêmeas, tinham cristas menores.
O Corythosaurus deve ter caminhado tanto em quatro, como em duas pernas, como faziam outros animais de sua família, além de também viver em bandos, como se imagina. A vida em sociedade era boa para todos os integrantes do bando, pois juntos, tinham mais chances de avistar predadores à distância ou ajudar na hora de procurar comida. Outro fator importante é que em bandos, machos e fêmeas estavam perto para poderem acasalar na época do "cio" das fêmeas.
A vida em bandos era benéfica aos Corythosaurus
© Douglas Henderson
Talvez outra função da crista nos machos seja esta, atrair fêmeas, com som ou com cores. Não se sabe a cor de nenhum dinossauro, mas acredita-se que viam cores e deveriam ter cores vivas, não predominantemente, mas em partes do corpo ou só na época de acasalamento.
Corythosaurus com a crista colorida, talvez para atrair fêmeas
© Enrico Valenza

Nesta época, provavelmente botavam ovos em ninhos feitos com terra e plantas no chão, cobrindo os ovos com folhas e outros detritos, que ao apodrecer fermentavam e aqueciam os ovos, já que o tamanho do animal impedia que sentasse nos ovos para chocá-los. Não se sabe exatamente como os filhotes eram tratados, mas pode ser que, como a Maiasaura, o Coritossauro alimentasse a prole ainda no ninho, até terem tamanho suficiente para procurar a própria comida.

O Coritossauro é um animal popular atualmente, foi retratado no filme Jurassic Park 3 (2001), além de ser retratado em livros, desenhos animados e brinquedos.
Corythosaurus de Jurassic Park 3
© Universal Pictures
A coleção Descobrindo o Mundo dos Dinossauros, da editora Salvat, traz o Coritossauro como tema do fascículo 8 da coleção, disponível para download aqui.
Em outra coleção, lançada no Brasil em 1993, ele aparece como animal descrito em uma das edições, sendo esta de número 19, disponível para download aqui.
Modelo de Corythosaurus usado em livros
© Dorling Kindersley
Fontes

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