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terça-feira, 4 de março de 2008

O Crocodilo de Monte Alto

Cabeça do Montealtosuchus
© UFRJ
Vocês conhecem o crocodilo de Monte Alto? Não, então leia esta postagem na íntegra para conhecer a história deste animal, encontrado recentemente no estado de São Paulo.

Numa estrada de Monte Alto, interior de São Paulo uma pedra no meio do caminho chama a atenção, era um fóssil de um animal extinto a milhões de anos, mais precisamente um crocodilo pré-histórico, batizado de Montealtosuchus arrudacamposi. Os paleontólogos afirmam ser o "elo perdido" entre os jacarés atuais e crocodilos pré-históricos. Ele tem características tanto de um como de outro tipo e as principais são as listadas a seguir.
Características de crocodilos primitivos
  • Fenestra antorbital (é um "buraco" localizado antes dos olhos)
  • Crânio curto e alto
Características de crocodilos atuais
  • Esculturamento dos ossos externos
  • Articulações do crânio, das mandíbulas, dos braços, das pernas e vértebras.

Mas a característica mais aproxima o Montealtosuchus de um elo entre passado e presente é a coana, duto que liga a garganta à narina externa do animal. Nos crocodilos pré-históricos a coana fica na frente do céu da boca, nos crocodilos atuais ela fica no fundo do palato e no Montealtosuchus fica no meio do céu da boca o que chamou a atenção, algo inédito nos crocodilomorphos até hoje achados.
Este crocodilo media 1,70 metros e pesava até 50 kg, era terrestre ao contrário de muitos outros da época e comia pequenos dinossauros e até mamíferos da época, que mesmo sendo raros já existiam. Foram encontrados ossos da coluna, o crânio, placas osteodérmicas das costas e barriga do crocodilo e até um pouco mais, sendo um fóssil bem preservado.

© UFRJ

Devido ao bom estado do fóssil foi possível fazer uma tomografia computadorizada nele e ter uma visão do interior do crânio, o que é impossível somente em estudos tradicionais, com os novos bons e velhos olhos. Estes exames revelaram que o animal seria terrestre, adaptado a grandes viagens em terreno semi-árido.
Em seu ambiente era um predador, devia comer pequenos dinossauros, aves, mamíferos primitivos e tartarugas que viviam no Cretáceo brasileiro.

© UFRJ


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